Farol do Maranhão

Orleans Brandão e Hilton Gonçalo despontam como as grandes novidades da eleição estadual de 2026 no Maranhão

No cenário político do Maranhão, onde os principais nomes que se colocam como pré-candidatos para 2026 já são velhos conhecidos do eleitorado, dois nomes surgem como novidade e prometem movimentar o tabuleiro eleitoral: Orleans Brandão (MDB) e Hilton Gonçalo (Mobiliza). Ambos apresentam perfis distintos, mas carregam em comum o frescor da novidade em uma disputa que tende a ser marcada por repetições de candidaturas e históricos eleitorais já bastante conhecidos do público.

Caso a disputa pelo Senado reúna nomes como Carlos Brandão (PSB), Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PSD), o eleitorado maranhense assistirá a um embate de figuras que há quase duas décadas transitam entre eleições proporcionais e majoritárias, tornando o debate público, muitas vezes, previsível e desgastado. André Fufuca (PP), mesmo sem nunca ter disputado uma eleição majoritária, já está no circuito eleitoral desde 2010. Eduardo Braide, atual prefeito de São Luís, também acumula rodagem significativa, tendo passado pela Assembleia Legislativa e Câmara Federal, além de disputas majoritárias na capital que possuem status de uma estadual. Já Roberto Rocha, que ensaia nova candidatura, já foi de tudo um pouco: deputado, senador, candidato ao governo — inclusive desistindo em uma das tentativas. Felipe Camarão e Lahesio Bonfim, embora mais recentes, também não são mais rostos novos após as disputas majoritárias em 2022.

Nesse contexto, Orleans Brandão desponta como a maior surpresa. Sobrinho do governador Carlos Brandão, ele estreia na política sem jamais ter disputado qualquer cargo eletivo, e já mira alto: o Palácio dos Leões. Sua ausência de desgaste, combinada com um sobrenome de peso e potencial de articulação, o coloca como um nome que pode crescer rapidamente, principalmente se conseguir se apresentar como uma alternativa ao eleitorado cansado da política tradicional.

Hilton Gonçalo, por sua vez, mesmo após quatro mandatos como prefeito de Santa Rita, nunca foi testado em uma eleição estadual. Médico, gestor de perfil técnico e com resultados expressivos em sua cidade, ele também entra no páreo como novidade, pois jamais participou de uma disputa em nível estadual. Leva vantagem por sua baixa rejeição e pelo desconhecimento fora de Santa Rita, o que pode ser trunfo em uma campanha bem planejada, com discurso focado em gestão eficiente e inovação política.

Orleans e Hilton partem de lugares diferentes, mas compartilham um ponto em comum: o espaço para crescer diante de um eleitorado cada vez mais desconfiado de nomes tradicionais. Em um jogo onde o desgaste político pode pesar, a ausência de histórico de disputas estaduais pode ser uma vantagem estratégica. A eleição de 2026 ainda está distante, mas é certo que essas duas figuras já começam a atrair os olhares de quem busca o novo.