Por Washington Luís – Articulação CNB Maranhão
O Partido dos Trabalhadores completou 45 anos de existência, uma trajetória marcada pela luta em defesa da democracia, da justiça e dos direitos da classe trabalhadora. Essa data histórica coincide com a realização de mais um Processo de Eleição Direta (PED), um momento crucial para refletirmos sobre os rumos do partido e os desafios que temos pela frente.
O PT nasceu com uma proposta inovadora, rompendo com a lógica tradicional dos partidos brasileiros, que emergem, em sua maioria, das elites políticas e econômicas. Diferente dessa realidade, o PT foi construído de baixo para cima, fruto da resistência à ditadura militar, das greves operárias e dos movimentos sociais que lutavam por um Brasil mais justo. Foi essa base popular que fez do partido um dos maiores instrumentos de transformação do país.
No entanto, ao longo dos anos, muitas mudanças ocorreram no Brasil e no mundo. A extrema-direita avançou, dominou o debate nas redes sociais e ganhou espaço na sociedade. Enquanto isso, o PT, em muitos momentos, distanciou-se das lutas cotidianas do povo e não acompanhou plenamente essa nova realidade. Agora, mais do que nunca, é urgente resgatar o vínculo entre o partido e a população, fortalecendo a presença nas comunidades, investindo na formação de novos militantes e apostando na juventude.
Dentro desse contexto, o PED deveria ser encarado como um momento de fortalecimento do partido e de sua conexão com a sociedade. Entretanto, o que se vê, muitas vezes, é a repetição de velhas práticas, em que a disputa se concentra em nomes e alianças circunstanciais, sem um debate profundo sobre a relevância e o significado desse processo. O PED não pode ser uma simples gincana eleitoral, onde filiações são tratadas apenas como números para garantir votos. Essas práticas, comuns em partidos de centro, não podem ser toleradas dentro do PT. O partido deve reafirmar seu compromisso com a democracia interna, com o fortalecimento de suas bases e com a construção de um projeto político sólido para o Brasil e para o Maranhão.
No Maranhão, o lulismo tem enorme força popular, mas o petismo ainda carece de maior representatividade institucional. Esse é um debate fundamental que o partido precisa fazer. Como fortalecer a presença do PT no estado? Como ampliar sua participação nas Câmaras Municipais, nas prefeituras, na Assembleia Legislativa, nogoverno estadual e na bancada federal? O PED pode e deve ser um espaço para essa discussão, buscando estratégias para consolidar o partido como uma referência sólida no cenário político maranhense.
Para que isso aconteça, é essencial retomar o trabalho de base. A essência do nosso partido precisa ser levada para as comunidades, onde hoje encontramos a classe trabalhadora. A realidade do mundo do trabalho mudou, e a classe trabalhadora não está mais concentrada apenas em fábricas ou empresas. O PT precisa estar inserido nos bairros, nas comunidades periféricas e rurais, compreendendo as demandas da população e construindo soluções a partir dessa vivência. A formação política e intelectual dos militantes e dos quadros partidários também deve ser prioridade, garantindo que o partido esteja preparado para os desafios do presente e do futuro.
Chegar aos 45 anos é motivo de celebração, mas também de profunda reflexão. O PT tem um legado grandioso, mas precisa se renovar para continuar sendo um instrumento de transformação social. O PED de 2025 deve ser um marco nesse processo, portanto, precisa ser conduzido com compromisso e um olhar voltado para o futuro. Que possamos aproveitar esse momento para fortalecer o partido, conectar o petismo ao lulismo e ampliar nossa capacidade de representação política, especialmente no Maranhão. O desafio está posto. Cabe a nós, petistas, enfrentá-lo com responsabilidade e determinação.
Por isso, votarei em Francimar Melo para a presidência estadual e em Edinho Silva para a presidência nacional do PT, por considerar que são as melhores escolhas para liderar o partido neste ciclo de renovação e fortalecimento.