O casamento do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, e Daniela Lima, realizado em São Luís, no último final de semana, não foi apenas um evento social, mas também um marco com potencial impacto nos rumos da política maranhense. A lista de convidados, marcada tanto pelas presenças quanto pelas ausências, foi interpretada como um termômetro das relações políticas atuais no estado e torna o ato como um divisor dos rumos políticos para 2026.
Entre os presentes, estavam as senadoras Ana Paula Lobato (PDT) e Eliziane Gama (PSD), o ministro dos Esportes, André Fufuca (PP), além dos deputados federais Rubens Júnior (PT) e Márcio Jerry (PCdoB). No âmbito estadual, marcaram presença os deputados Othelino Neto (Solidariedade), Carlos Lula (PSB) e Rodrigo Lago (PCdoB), além de ex-secretários da gestão Dino entre 2015 e 2022.
Porém a presença de Felipe Camarão (PT), vice-governador do Maranhão é uma das mais simbólicas, principalmente pela ausência do governador.
Chamou atenção a ausência de importantes lideranças políticas que, nos últimos anos, haviam se aproximado do ex-governador. O governador Carlos Brandão (PSB) não foi convidado, assim como o senador Weverton Rocha (PDT) e o deputado federal Duarte Júnior (PSB). Outros nomes de peso no cenário político local, como Josimar de Maranhãozinho (PL), também ficaram fora da lista. O ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior também.
Relações políticas em xeque
As ausências reforçam o distanciamento de Dino de alguns aliados recentes e alimentam especulações sobre possíveis reposicionamentos políticos para 2026. Desde que assumiu o cargo no STF, Dino tem evitado comentários políticos diretos, mas a escolha dos convidados para seu casamento sugere alinhamentos mais estreitos com os que fizeram parte do núcleo original de sua base de apoio.
A ausência de Brandão, sucessor de Dino no governo estadual, sinaliza um afastamento que vinha sendo especulado nos bastidores, principalmente diante de divergências por conta da condução do governo estadual.
Cenário de disputa
Analistas políticos apontam que o casamento, além de um evento pessoal, foi um momento simbólico que destaca o reordenamento das forças políticas no Maranhão. Com Dino fora das disputas diretas, sua influência sobre os próximos pleitos – em especial a eleição de 2026 – continuará sendo um ponto central para a definição de candidaturas e alianças.
Enquanto isso, as ausências de Weverton Rocha e Duarte Júnior – ambos nomes expressivos no cenário estadual – indicam a fragmentação de um grupo que, até pouco tempo, parecia coeso.
Em um estado onde a política é tradicionalmente marcada por articulações intensas, o casamento de Flávio Dino e Daniela Lima se transformou em um divisor de águas, cujos desdobramentos ainda serão observados nos próximos meses.