Um dos nomes mais votados na lista tríplice do Ministério Público Federal para ocupar a Procuradoria-Geral da República, o subprocurador eleitoral Nicolao Dino comentou em entrevista exclusiva a Luis Nassif, na noite de quarta (29), as declarações do chefe do MPF, Augusto Aras, contra a Lava Jato em Curitiba.
Em vídeo que repercutiu ao longo de todo o dia nas redes sociais e na grande mídia, Aras acusou a equipe de Deltan Dallagnol de manter uma “caixa de segredos” que teria começado a ser aberta agora pela PGR. O procurador-geral acusou a força-tarefa de ter escondido 50 mil documentos da Corregedoria do MPF, e falou em “chantagem e extorsão” ao confirmar que a Lava Jato dispõe de uma base com informações de 38 mil pessoas.
“Eu e a comunidade do Ministério Público brasileiro recebemos com muita preocupação as afirmações do procurador-geral da República, Augusto Aras. Quando o procurador-geral se pronuncia, com o peso do cargo, a repercussão é forte. É preciso refletir com muita cautela o tom das críticas que foram lançadas de forma genérica em relação a um segmento do Ministério Público Federal”, disse Dino, durante a live das 20h do GGN, comandada por Nassif, no Youtube.
“A forma como as críticas foram lançadas, o tom genérico e muito ácido das observações feitas, em nada contribuem para o aprimoramento da instituição”, afirmou Dino.
Segundo Dino, o que Aras tem contra a Lava Jato é a informação de que “haveria excedo de dados”. “Ora, parece que esses dados chegaram de forma clandestina. Evidentemente que não. São dados obtidos por força de decisões judicias em procedimentos devidamente instaurados. As Corregedorias já foram lá e detectaram isso”, pontuou. “Posso dizer com base nos trabalhos de correição que já foram realizados que esses dados aportaram no Ministério Público Federal por força de decisões judiciais”, cravou.
Ao longo da entrevista, Dino defendeu que o aprimoramento de forças-tarefas, conforme planejado Augusto Aras, é bem-vindo, porém não deveria ser feito minando o trabalho dos procuradores da Lava Jato.
Fonte: Jornal GGN