16/03/2023 – 16:50
O Projeto de Lei 3094/22 tipifica o crime de doutrinação ideológica para a implantação de regimes totalitários tiranos.
Em análise na Câmara dos Deputados, o texto insere a medida na Lei 1.802/53, que define os crimes contra o Estado e a Ordem Política e Social.
Fernando Frazão/Agência Brasil
Autor da proposta afirma que houve crescimento no número de células nazistas no Brasil
Pela proposta, realizar via doutrinação ideológica o incentivo à implantação de regimes totalitários tiranos terá pena de reclusão de 1 a 2 anos. Se a tentativa de implantação de tirania ocorrer por meio de coação, a pena será de 2 a 4 anos de reclusão. E se houver o uso de armas a pena será de 3 a 6 anos de reclusão.
O texto conceitua regimes totalitários como os que difundem, conjuntamente, ideais de cerceamento das liberdades de locomoção, de expressão, de imprensa, religiosa, da garantia dos direitos fundamentais, dos direitos humanos inerentes ao cidadão, e da garantia ao direito à propriedade privada. Além disso, esses regimes defendem a suspenção do Estado Democrático de Direito, bem como ideais de supremacia racial, racismo, intolerância religiosa, perseguição étnica e tortura.
Crescimento de células nazistas
Autor da proposta, o ex-deputado Ney Leprevost (PR) afirma que seu objetivo é desincentivar e frear o crescimento de grupos extremistas totalitários no País.
“Segundo a antropóloga Adriana Dias, doutora pela Unicamp, cujo trabalho serve de referência para as polícias e para o Ministério Público, foi detectada uma explosão do surgimento de células nazistas no País, e o número passou de 72 células nazistas em 2015 para 1.117 em 2022”, citou.
“A doutrinação e discursos antissemitas, racistas e xenofóbicos vêm se alastrando de forma exponencial no País, gerando grande preocupação às autoridades públicas, que devem ser intransigentes na adoção de medidas coercitivas que visem desencorajar e punir rigorosamente estes movimentos”, completou.
Tramitação
A proposta será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e pelo Plenário.
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Reportagem – Lara Haje
Edição – Ana Chalub