O meteorologista da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Hallan Cerqueira, em entrevista ao programa ‘Diário da Manhã’, da Rádio Assembleia (96,9 FM), nesta segunda-feira (20), destacou o trabalho realizado pelo Núcleo Estadual de Meteorologia e Recursos Hídricos (NEMRH). O especialista abordou a onda de calor e esclareceu sobre as mudanças climáticas vivida no planeta.
Na conversa com as radialistas e apresentadoras Marina Sousa e Maria Regina Telles, Hallan Cerqueira afirmou que trabalha há 13 anos no Laboratório da Uema e que só deve ser considerada uma mudança climática caso esse efeito se repita por décadas, mas que neste ano a alta temperatura tem a ver com o El Nino, no Oceano Pacífico.
“Essa onda de calor agora está mais associada ao El Nino no Oceano Pacífico, com reflexos no mundo inteiro. Aqui no Nordeste é calor e baixa umidade. Já no Sul do Brasil, é o inverso, com fortes chuvas. Caso isso continue se repetindo ao longo de anos ou décadas, aí sim será mudança climática, mas em 98, tivemos o El Nino mais forte. O problema é que as pessoas esquecem!”, explicou.
Hallan Cerqueira relatou que o Núcleo Estadual de Meteorologia foi criado em 1996, quando o Maranhão passou a integrar o Programa Nacional de Monitoramento de Tempo, Clima e Recursos Hídricos, coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), através do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC).
O meteorologista disse, também, que o Núcleo possui Informativos Climáticos com a descrição dos principais sistemas meteorológicos produtores de chuva do estado do Maranhão, bem como análise do comportamento das chuvas, focos de queimadas e condições oceânicas e análise de eventos meteorológicos (chuvas, ventos, etc…), além de Estações Meteorológicas que fornecem informações de chuvas, temperatura do ar (máxima, mínima e média), umidade relativa do ar, pressão atmosférica, direção e velocidade do vento, radiação solar global, etc.
“Nosso sistema é baseado em uma rede automática de coleta de dados ambientais, rede de computadores, estações de trabalho, comunicação de última geração e corpo técnico altamente qualificado, servindo para a agricultura, outros setores da sociedade também necessitam das informações sobre tempo e clima fornecidos pelo laboratório de meteorologia, o que torna o LABMET essencial para o desenvolvimento do estado”, finalizou.