O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), é de longe, o membro do Governo Federal depois do presidente Lula, o que possui maior visibilidade nos primeiros sete meses, porém o portal UOL destaca que ele vem acumulando desafetos e tem poucos amigos na equipe minesterial.
Pelo menos três nomes são citados entre aqueles que já externaram antipatia e incômodo por parte das ações de Flávio Dino. Camilo Santana da Educação, Ana Moser do Esporte e Fernando Haddad da Fazenda, mas nessa lista ainda podem ser incluídos Juscelino Filho das Comunicações e Wellington Dias do Desenvolvimento Social.
Com Camilo Santana o problema foi no dia foi no dia 5 de abril e, após o atentado de Blumenau. Naquela oportunidade, Lula encarregou o ministro da Educação de apresentar um plano, mas antes que amanhecesse o dia 6, Flávio Dino já havia anunciado ações de governo em entrevista coletiva, reunido-se à tarde com representantes de grupos, inclusive de estudantes, e informando de madrugada em suas redes sociais a abertura de um inquérito para investigar células neonazistas.
Numa discussão com Dino em altos decibéis, Camilo Santana acusou o colega de tê-lo “atropelado”.
Dino respondeu-lhe dizendo que não compactuava com “omissões”. Nas primeiras discussões que se seguiram ao atentado, Camilo Santana defendeu que o governo federal não deveria “trazer o problema para si”, já que a segurança nas escolas era de responsabilidade dos estados e municípios.
Em junho, o tempo fechou com Ana Moser.Na manhã do dia 3, um sábado, Dino foi surpreendido por um telefonema da ministra do Esporte.
Furiosa do outro lado da linha por saber que ele firmaria um convênio com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Moser mal se deu ao trabalho de dizer bom dia ao colega. Comunicou-lhe que estava ao lado do presidente Lula e iria colocá-lo no viva-voz.
Flávio Dino, então, ouviu Lula pedir-lhe, do ruidoso evento em que se encontrava em Brasília (um treino da seleção brasileira feminina de futebol), que desse “uma segurada” na assinatura do convênio até que ele fosse discutido com Moser. Contrariado, o ministro cancelou a assinatura da parceria por meio da qual o Ministério da Justiça cederia à CBF um sistema que acusa a presença de devedores ou fugitivos da Justiça tão logo um deles tente passar pela catraca de um estádio.
Já Fernando Haddad em público, não disfarça a antipatia por Dino e, em privado, diz que falta ao colega “a discrição que se espera de um ministro da Justiça”.
O problema com Juscelino Filho é regional, o titular das Comunicações atribui ao ministro da Justiça, o vazamento de informações para a imprensa que o fizeram virar notícia negativa.
O problema com Wellington Dias foi a defesa que o ministro fez a separação da Justiça e Segurança Publica, o que desagrada Flávio Dino.